12 de julho de 2018

Restaurando o DNA Humano na Selva Corporativa


Foram mais de 23 anos de experiência profissional dentro de grandes empresas. Comecei muito precocemente, numa posição que deveria ser Senior. Naquela época, eu não tinha qualquer noção do que isso significava, então, fui encarando do meu modo junior de ser, e sobrevivendo a tudo - desde um total despreparo para lidar com questões relacionadas a comportamentos, posturas e políticas no mundo corporativo,  a descoberta da psicopatia profissional velada nos outros,  o desafio de controlar meu impulso justiceiro e imaturo, o sigilo em nome do dever (hoje essas coisas seriam resiliência), até o amadurecimento que, finalmente, fortaleceu minha conduta e minhas decisões na carreira. Foi um enorme e rico aprendizado sobre trabalho, pessoas e relações estratégicas. Doeu demais, e valeu demais.
Antes desta trajetória corporativa, meu mundo, meus planos e sonhos moravam na sala de aula. Sou professora de formação, e de lá, trago o tom, o prazer e o ideal que dirige minhas relações: aprender + ensinar + celebrar + aprender + ensinar + celebrar.... Um conjunto infinito de experiências, onde tempo, sequência, investimento, intensidade e protagonismos são diversos e variados - exatamente como a vida.
O relógio do tempo girou, o mundo mudou, a fila andou...
De repente (acho que nem foi tão de repente assim...),  em meio à prática de tudo que – consciente e inconscientemente - escolhi viver, me deparei com a oportunidade de combinar minha experiência,  meu jeito e minha habilidade,  e montei o “look” do meu propósito de vida. Como boa parte das pessoas que redirecionaram suas carreiras e se desligaram de empresas para desafios solo,  eu também me encontrei na estrada da Consultoria. É uma estrada larga, popular, livre - às vezes, até um pouco confusa, e com atalhos para muitos diferentes destinos, mas eis-me aqui. Tornei-me uma profissional na área de Coaching, Consultoria e Mentoring.
Nesta trajetória, resolvi profissionalizar o que normalmente faria por intuição, sentimento ou ocasião, que é caminhar, acompanhar e direcionar aqueles que buscam apoio e orientação para seus momentos – presente e futuro.  Neste processo de certificação do Coaching, por exemplo, a volta a um aprendizado técnico e a interação com novas e diferentes experiências profissionais, inevitavelmente me trouxe um novo e  delicado ajuste: o autoconhecimento - coisa preciosa, arrebatadora e transformadora, que, na mesma proporção que dói, cura e revigora.
Contudo, ainda sou tomada por alguns assombros nessa estrada profissional. Embora certificada, aparelhada de conceitos e técnicas, não consigo ficar impassível diante dos vestígios bestiais  que emergem nas atitudes humanas. Mas se foi para isto que me equipei, então, é neste tema que vou me desafiar todos os dias, fortalecida e preparada no próprio movimento de cada um, apesar de entristecida com a proliferação dos efeitos do bicho homem - este pequeno elemento que edifica com a mesma energia e convicção com que destrói; capaz de lesar o outro e a si mesmo em nome de apelos pessoais,  sociais ou profissionais, que moram longe de princípios e verdades que deveriam ser inegociáveis, quase sagrados; e que ele maneja como um brinquedo a seu bel prazer, para massagear seu ego inflado de cobiça. Isto se tornou um costume, quase um padrão. Mais lamentável ainda é perceber que, nesta fábula, já não existe consciência, vulnerabilidade, ou medida sensível capaz de abrir caminho para um resgate da espécie. São tantos da mesma linhagem, com as mesmas mediocridades, que já se cauterizou qualquer constrangimento, e trouxe apatia e indiferença inclusive aos que são por ele feridos.
A este respeito, não me sinto mais Junior!
Junior, Pleno e Senior – embora sejam termos mais frequentemente atribuídos à carreira, podem ser mais que isto, pode ser entendido como um avanço pessoal que impacta tanto na função desempenhada quanto no traquejo que as experiências de vida nos oferecem - se acolhemos e aplicamos, ou se desperdiçamos.
A habilidade de reconhecermo-nos eternos aprendizes é um avanço em direção a senioridade do ser. E é sobre esta premissa que tenho buscado construir pequenos avanços diários; reaprendendo sobre mim, sobre minhas expectativas, suposições e julgamentos prematuros, apurando crenças pessoais que me foram incorporadas quando eu ainda não tinha competência para legitimá-las, quando nem junior era em minha percepção de vida; e aprendendo também sobre o outro, suas histórias, complexidade e fragilidade disfarçadas.
Sobre o bicho homem, sua vaidade lunática, e suas atitudes funestas, desenvolvi uma estratégia, que sigo se me percebo diante de suas “emboscadas” – estratégia milenar, brilhante, eficaz e transformadora:  Quanto ao mais,  tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Bíblia Sagrada, Livro de Filipenses 4:6). -  Então, é assim: se não cabe neste preceito, não cabe na minha alma. Descarto, e sigo com aqueles que me acolherem genuinamente como uma companhia em seus momentos, seus avanços pessoais, profissionais, sem qualquer desperdício de ambas as partes,  na disposição de alma para um aprendizado correspondido.
Resumiria dizendo que entre alguns assombros, mas também entre muitas delícias e celebrações, e em nome de meu propósito de vida, me desafio todos os dias para inquietar ambientes, pessoas e situações frios e negligentes  diante do deslumbramento da nossa existência. Porque eu entendo que somente num resgate diário de nós mesmos seremos capazes de curar os medíocres, e os feridos pela mediocridade.  


11 de abril de 2018

Um Negócio Vantajoso: Gente !


Gente certa no lugar certo. O óbvio que ganhou proporções de inovação na gestão corporativa moderna. Ainda assim, alguns gestores insistem em preferências de estilo, como uma justificativa líquida do perfil do negócio, mas que, não se sustenta nas evidências e  no diagnóstico minucioso do dia a dia corporativo.

Por exemplo, praticidade acaba “esbarrando” numa certa dose de desconhecimento, ou falta de visão integral, holística. A partir do momento em que se leva em consideração opções, riscos, oportunidades e cenários (tudo necessário em um planejamento), já se deixou de ser prático. A engenhosidade de algumas pessoas pode passar por pragmatismo estratégico, mas nem sempre pode ser assim definido, uma vez que não reflete um conteúdo precedente. Já a overdose de eloquência e meticulosidade, por sua vez, também passa a impressão de falta de funcionalidade, e demora de resultados. Há que se ter um mínimo cuidado em relação a supervalorizar um ou outro perfil.
Na execução de tarefas e cumprimento de objetivos profissionais, a diversidade de estilos e aptidões pode e deve ser valorizada, pois é de fato rica para a qualidade final de um produto. Pensamentos variados, perfis idealistas, pragmáticos, realistas e criativos, extrovertidos e mais centrados... Esta variedade é muito conveniente para motivar ideias e projetos.
O segredo do bom profissional (em ética, talento e eficácia) é justamente equacionar conhecimento, raciocínio e planejamento, com a flexibilidade adequada que a ocasião pede. Nada que exercício, treino e gerenciamento não consigam promover.
O papel de um bom gestor será o de orquestrar perfis, de modo a mantê-los afinados com o negócio, a cultura e a política da empresa.
Neste caso,  vocação, predisposição e competência são indispensáveis. A ausência dessas premissas infelizmente poderá ser um obstáculo para o sucesso de todos.
Gente certa no lugar certo não garante resultados ou lucros imediatos, mas cria o ambiente necessário para fecundar ideias e comportamentos que levarão a frutos saudáveis, nutritivos e competitivos.

5 de janeiro de 2018

Já ouvi a versão do chefe.
Já ouvi a versão do colaborador.
Já ouvi a versão do cliente.
Sabe o que eu descobri?
A maior distância entre as pessoas é o mal entendido.
Não subestime qualquer investimento de recursos
 humano, tecnológico e organizacional
nos processos de comunicação da sua empresa. 
Desde que o mundo é mundo, comunicar-se é uma arte, das mais preciosas.
E, se alguém não entender, que não seja porque você não soube explicar,
E se alguém tentar adulterar, que seja inviolável;
E se não quiserem ouvir, não será problema seu!